segunda-feira, 23 de março de 2015

O Documentário Holocausto Brasileiro ficará presente na memória dos sobreviventes.



Daniela Arbex e a personagem Débora Soares

























07/04/2015 08:31:00

Daniela Arbex, jornalista, formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora, iniciou sua carreira no Jornal Tribuna de Minas e atualmente é reporter especial. Com grande talento para reportagens investigativas, ganhou reconhecimento e notoriedade a partir da serie COVAS 312 publicada em 2002. 

Uma investigação sobre a sepultura do guerrilheiro Milton Soares de Castro, apontado como desaparecido durante a ditadura militar, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo em 2000 e 2002, além de menções honrosas como o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos também em 2009 e o Prêmio Lorenzo Natali Prize na Bélgica em 2002 (Cova 312). Em outra série de reportagens para a Tribuna de Minas sobre a Saúde Pública, recebeu o Knight International Journalism Award em 2010.

Entre outros prêmios e menções honrosas, destacam-se Prêmio a la Mejor investigación periodística de un caso de corrupción en América Latina e el Caribe em 2009 (Caso Koji), Comenda Henrique Halfeld em 2005, Prêmio Inclusão Social de Saúde Mental (Transtorno Mental: Em busca de Tratamento Digno) em  2004, Diplomada Jornalista Amiga da Criança em 2000 pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) de Brasilia e pela UNICEF, vencedora por 5 anos consecutivos do Prêmio Eloísio Furtado, concedido pela Tribuna de Minas à melhor reportagem do ano (1996, 1997, 1998, 1999 e 2000), finalista em 1998 e 1999 do Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo (Droga no Caminho da Escola e conjunto da obra).

Capa do Livro Holocausto Brasileiro
Daniela Arbex é autora do livro-reportagem Holocausto Brasileiro, lançado no Brasil em 2013 e em Portugal em 2014, sendo premiado em Portugal como o livro do mês do clube do livro SIC. O livro revela a maior e mais silenciosa tragédia vivida no Brasil: a morte de 60 mil pessoas dentro do maior hospício do país, o Hospital Colônia de Barbacena (MG - fundado em 1903, ano em que se encontra o primeiro registro de internação no Colônia) e o comércio de corpos administrados pela FHEMIG que chegou a 600 mil reais.

Foi considerado o melhor livro-reportagem no ano de 2013 (fonte: Revista Veja) e premiado em 2o. lugar na categoria "Reportagem" da edição 56o. do Prêmio Jabuti em 2014 e já se encontra na décima segunda edição, com mais de 70.000 exemplares vendidos.

Entre vários personagens do livro e documentário, Daniela Arbex destaca Débora de Oliveira Soares, que tem sua história narrada no capitulo do livro intitulado como A Filha da Menina de Oliveira e João Bosco Siqueira, no capítulo Encontro, Desencontro e Reencontro, além de vários depoimentos emocionantes de sobreviventes do Holocausto Brasileiro.

Em recente visita ao Hospital FHEMIG em Barbacena, pude observar que muitos colaboradores da FHEMIG (Hospital Colônia de Barbacena) e até mesmo médicos psiquiatras que lá trabalharam naquela época, se posicionam contra o livro e o documentário, com argumentos de que não retratam a realidade do que foi o Hospital Colônia.

Sei que a história pregressa dos pacientes e a experiência de vida experimentada por eles, estão narradas no próprio prontuário de cada um dos pacientes. Seções de eletrochoques, prisão em celas, medicamentos como Haloperidol para acalmar o paciente e ainda casos de lobotomia, processo cirúrgico que leva o paciente ao estado vegetivo mental, que eram comuns nos prontuários.

As informações colhidas na pesquisa aos prontuários de Sueli Resende, darão origem ao livro intilulado "Prontuario 947 - 35 anos de confinamento no Hospital Colônia. História verídica baseada nos prontuários da FHEMIG - Funcação Hospitalar de Minas Gerais", por autoria de Débora de Oliveira Soares, personagem do livro e agora do documentário Holocausto Brasileiro.

Segundo a autora Daniela Arbex, o principal objetivo de seu livro foi mesmo articular e abrir novamente o debate e a discussão sobre os modelos de tratamentos psiquiátricos, sob a égide do tratamento humanizado, respeitando-se o ser humano como principal interessado neste tratamento, levando a sociedade e os profissionais da saúde a mobilizarem-se para que este tipo de tratamento jamais seja aplicado novamente entre a sociedade.

Para quem ainda não leu o livro-reportagem Holocausto Brasileiro sugiro a leituraO livro pode ser encontrado nas melhores livrarias, pelo site da Editora Saraiva e através do facebook. São muitos os relatos de dor, desrespeito, tratamento psiquiatrico inadequado e deshumano, eletrochoques, medicamentos e pouca possibilidade de recuperação do paciente.

Tamanho foi o sucesso do livro, agora transforma-se em documentário que será exibido pela HBO. Ainda segundo a própria autora, há várias semanas em Barbacena, a Produtora Vagalume de Juiz de Fora, que nasceu dentro da Produtora Studio Arbex, atende ao mercado publicitário e artistico há mais de 5 anos e já realizou mais de 350 filmes publicitários e institucionais, além de mais de sete documentários entre curtas e longa metragens, vem promovendo as gravações do documentário referente ao livro, onde Daniela Arbex atua também como diretora.


Débora Soares e João Bosco Siqueira - Sobreviventes do Holocausto Brasileiro







Débora - A Filha da Menina de Oliveira e João -  Encontro, Desencontro e Reencontro




Daniela Arbex, Débora Soares e Equipe do documentário



Manicômio de Barbacena - Um filme de Helvécio Ratton - Outubro de 1979




por Rogério Teixeira Martins



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Pobre Velha Música!

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Nessa minha infância
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