Golpe Militar de 1964
24/03/2015 07:31
Em 31 de Março de 2004, documentos da política dos Estados Unidos e das operações da CIA tornaram-se públicos. O conteúdo dos documentos apontavam como os norte-americanos ajudaram os militares brasileiros na condução à deposição do Presidente João Goulart em 1o. de abril de 1964. Os militares brasileiros e o governo norte-americano viam em João Goulart um imintente perigo por demonstrar grande simpatia ao governo de Fidel Castro e também por manter uma política exterior independente de Washington, demonstrada com a nacionalização de uma subsidiária da ITT (empresa norte-americana).
No início de 1964, o Presidente João Goulart também havia nacionalizado o petróleo e toda a terra ociosa nas mãos dos grandes latifundiários e também havia aprovado uma lei que limitava os benefícios que as multinacionais poderiam retirar do país. Outro fator que corroborou com a ação foi o fato de o Brasil ser o maior exportador de suco de laranja do mundo, colocando em risco a industria norte-americana situada no estado da Flórida.
O grande estopim para o golpe foi mesmo o comício organizado por Leonel Brizola e João Goulart na Central do Brasil, no estado do Rio de Janeiro. O comício anunciava as reformas que mudariam o Brasil, destacando-se o plebiscito pela convocação de uma nova consituinte, uma grande reforma agrária, além da nacionalização de refinarias estrangeiras.
A falta de reação do governo e de grupos que o apoiavam era notória. Os militares legalistas não conseguiram se articular e com um agravante, a greve geral proposta pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) em apoio ao governo fracassou. Jango, em busca de segurança, viajou em 1o. de abril, para o Rio de Janeiro, Brasilia e em seguida para Porto Alegre, onde Leonel Brizola tentava articular apoio e resistência por oficiais legalistas, nos mesmos moldes que ocorrera em 1961.
Mesmo com toda a insistência de Leonel Brizola, Jango desistiu de um confronto militar com os golpistas e partiu para o exilio no Uruguai, onde só retornaria ao Brasil para ser sepultado em 1976. O presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, antes mesmo de Jango deixar o país, já havia declarado a vaga na presidência da República, onde, o presidente da câmada dos Deputados assumiu interinamente, conforme previsto na Constituição de 1946 e conforme ocorrera em 1961, após a renuncia de Jânio Quadros.
Em 2 de abril foi organizado o chamado "Comando Supremo da Revolução", composto pelo Brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (aeronáutica), o vice-almirante Augusto Rademaker (marinha) e o general Artur da Costa e Silva, representante do exército, que permaneceram no poder por duas semanas. Logo veio a repressão, que atingiu duramente os setores políticos esquerdistas e onde milhares de pessoas foram presas de modo autoritário e sem nenhum critério. O líder comunista Gregório Bezerra foi amarrado e arrastado pelas ruas de Recife. A ditadura do regime militar estava instaurada no Brasil.
Ainda em 1964, a sede da UNE - União Nacional dos Estudantes foi incendiada pelos militares, as associações que apoiavam João Goulart, tais como, sedes de partidos políticos e sindicato de diversas categorias, foram tomadas pelos soldados. O golpe foi amplamente apoiado pelos jornais O Globo, Jornal do Brasil e Diário de Notícias, responsáveis por uma campanha para convencer a sociedade que Jango levaria o Brasil a um tipo de governo semelhante ao adotado por países como China e Cuba, países comunistas criticados por todos. Também foi saudado por importantes setores da sociedade brasileira como grande parte do empresariado, proprietários rurais, igreja católica, governadores de estados importantes como Carlos Lacerda (da guanabara), Magalhães Pinto (Minas Gerais) e Ademar de Barros (São Paulo), amplos setores de classe média, que também pediram e estimularam a intervenção militar, como forma de colocar um fim na ameaça de se instaurar o comunismo no Brasil além do governo norte-americano, que recebeu a notícia do golpe como um alívio por entender que o Brasil não seguiria o mesmo caminho de Cuba e outros países comunistas.

O Ato Institucional foi baixado - uma invenção do governo militar que não estava prevista na Constituição de 1946 e nem possuia fundamentação jurídica. O objetivo era justificar os atos de exceção que se seguiram. Ao longo do mês de abril de 1964 foram abertos centenas de inquéritos Policiais-Militares (IPMs), chefiados em sua maioria por coronéis. Esses inquéritos tinham o objetivo de apurar atividades consideradas subsversívas. Milhares de pessoas foram atingidas em seus direitos: parlamentares tiveram seus mandatos cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos suspensos e funcionários públicos civis e militares foram demitidos ou aposentados. Entre os cassados encontravam-se personagens que ocuparam posições de destaque na vida política nacional como João Goulart, Jânio Quadros, Miguel Arraes. Leonel Brizola e Luis Carlos Prestes. No ano de 1965 as liberdades civis e o direito de expressão foram reduzidos com o aumento do poder do governo, e ao congresso foi concedido a tarefa de articular o novo presidente e o vice-presidente da república. O período compreendido entre 1968 e 1975 foi determinante para a nomenclatura conhecida como "anos de chumbo".
Em 1974, inicia-se o processo de Abertura Política no Brasil com o governo do General Ernesto Geisel. Este processo se deu devido a desestabilização da estrutura do regiame militar predominante, o período extende-se até o ano de 1985 no mandato do João Batista Figueiredo, ano em que é extinta a ditadura militar.
O General Ernesto Geisel assumiu a presidência em 1974 com o projeto de "distensão lenta, segura e gradual". Os ideais de Castelo Branco (primeiro presidente da Ditadura Militar) voltavam a ser citados, almejava institucionalizar a "revolução" que fora feita para salvar a democracia. Com tantos crimes executados neste período, torturas, execuções, estupros e etc, o regime militar deixava de ser unanimidade, tornado-se cada vez mais fraco. Uma grave crise econômica e social estava instaurada no Brasil. Petróleo, altas taxas de juros, balança comercial e inflação eram resultado de um ciclo de recessão econômica iniciado nos anos 70, influenciando na alta taxa de desemprego.
Para mostrar suas intenções, Geisel puniu aos militares envolvidos nos assassinatos do jornalista Wladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho, vítimas de torturas pelo DOPS e em 1977 suprimiu o já famigerado Ato Institucional número 5. Em 1978 usou o mesmo ato extinto para fechar o Congresso Nacional e aprovar o Pacote de Abril e a aprovação dos "senadores biônicos".
Em 1979 João Batista Figueiredo assumiu a presidência do Brasil, promovendo sua administração na transição para os civis. Em seu discurso, ao vencer as eleições, promete a mão extendida em conciliação jurando "fazer deste país uma democracia". Concedeu anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados pelos atos institucionais, permitiu o retorno ao Brasil, todos os exilados pelo regime militar e extinguiu o bipartidarismo.
A reforma política é aprovada e os partidos MDB e ARENA são abolidos, passando a existir o pluripartidarismo. A reação dos militares negando a democracia foi intensa, com bombas, pessoas foram presas, assassinadas, casas de shows foram atacadas, inclusive produzindo o famoso atentado do Rio Centro, ocorrido na véspera do dia do trabalho.
Nomes da MPB se apresentavam a mais de 20 mil pessoas quando uma bomba explodiu dentro de um carro em um estacionamento, matando dois policiais ligados ao DOI-CODI. A bomba seria colocada dentro da caixa de energia da casa de show, porém, algo deu errado. O objetivo dos militares era acusar a extrema esquerda. O atentado do Rio Centro produziu repercusão internacional, proporcionando o processo de anistia no país.
Em 1984 a campanha Diretas Já! se inicia com a população nas ruas exigindo mudanças. Neste momento foi iniciado o regime democrático no país.
O Comunismo no Mundo
O comunismo voltou a ganhar força no mundo. Muitos países tem adotado a ideologia em seus governos. O comunismo polarizou o mundo com o capitalismo, especialmente após o fim da Segunda Grande Guerra Mundial. Na ocasião, os vencedores no conflito foram os norte - americanos, no qual representavam a doutrina capitalista e a União Soviética, que representava a doutrina comunista. Os dois países se colocaram em blocos opostos como vencedores da guerra, ambos defendiam ideologias que não se cruzavam e tinham por interesse, a cooptação de outros países para difundir seus ideais.
O forte armamento dos dois países, impedia que se lançassem em guerra direta, mesmo sendo declaradamente inimigos. Por esse motivo, o confronto aconteceu por vias indiretas entre os dois países e o período pelo qual o conflito ideológico esteve presente foi chamado de Guerra Fria. O símbolo do conflito ideológico entre o comunismo e o capitalismo foi o Muro de Berlim, que dividiu a cidade com o mesmo nome e também a Alemanha ocidental capitalista e oriental comunista. O muro esteve presente ao longo de toda a guerra fria e foi derrubado finalmente em 1989, quando a União Soviética já não tinha mais o poderio para manter o embate e também para sustentar a doutrina comunista. A queda do Muro de Berlim é considerado por muitos como o marco do fim do comunismo no mundo, o qual permitiu a expansão do capitalismo pelo leste europeu. Porém, ainda há países na contramão da liberdade. Já no século XXI, vários países guiam seus governos sob os preceitos do comunismo e o pensamento comunista continua sendo empregado.
Países Comunistas
A China é o país que mais se flexibilizou dentro do sistema comunista. Embora ainda utilize de censura e restrições dos direitos de sua população, pregando por prática o caráter socialista, o país permite algumas introduções de elementos típicos de mercado. Possui ainda uma das maiores populações do mundo, que representa um grande mercado consumidor para os países capitalistas, permitindo que o país utilize de elementos de crescimento. Por sua relativa abertura ao capitalismo, a China é considerada como um país socialista de mercado, denominado terceira via.
Cuba também é um país que prega a doutrina comunista. O país adotou essa ideologia em 1959 através da revolução liderada por Che Guevara e Fidel Castro, que permanece no poder até hoje, mesmo tendo cedido seu lugar a seu irmão Raul Castro. O país impede o contato de seus habitantes com o mundo capitalista e por isso se mantém atrasado em diversas situações sociais e econômicas.
A Coréia do Norte é o país que aplica o modelo mais radical sob o preceito de comunista. Governado por Kim Jong-Un, filho de Kim-Jong-Il, segue a dinastia de seu avô que implantou a ditadura no país. Na Coréia do Norte a população sofre grandes restrições na vida diária, determinadas por seu governante. O contato com o ocidente ou o mundo capitalista é terminantemente proibido pelo líder do país. Toda informação que circula, passa pelo crivo da censura do governo que só então libera o que for permitido para a população. O que diferencia a Coréia do Norte em relação aos outros países que empregam a doutrina comunista é o seu radicalismo, o país insiste na obtenção de posse de armas nucleares, o que permite que o extremismo do sistema continue e barre o relacionamento de outros países com a Coréia pelo risco de um ataque.
A Venezuela, hoje governada pelo sucessor e herdeiro de Hugo Chaves, o tirano Nicolás Maduro. É também um dos países da américa latina que vive sob o preceito do comunismo. Ainda assim, pode-se dizer que a grande maioria dos países da América Latina já flertam com este regime, incluindo o Brasil. Recenemente, com o argumento e o pretexto de que os Estados Unidos interferem em sua soberania e os ameaçam, o presidente Nicolás Maduro conseguiu a aprovar no Congresso uma lei que lhe dá direito de governar e decidir somente sob seu ponto de vista e vários países aliados da Venezuela como Irã, China, Bielorússia, Rússia, Brasil, Bolívia e outros apoiam o posicionamento de Maduro.
O Governo no Brasil
No Brasil, alguns intelectuais, setores da mídia, membros da sociedade civil e do empresariado já acreditam que o país caminha mesmo em direção ao comunismo. O plano de perpetuação no poder, o aparelhamento, a corrupção, o notório apoio financeiro aos países comunistas e a promíscua relação entre estes países já se destacam perante a opinião pública demonstrando com alguma clareza que o governo flerta com o comunismo. Ainda o loteamento de ministérios e cargos, a compra de votos para aprovação de projetos e medidas de interesses exclusivo do governo, reforçam esta tese. O PT visa a implantação de um comunismo bolivariano no Brasil e certamente isto vem preocupando os Estados Unidos porque o cresimento dos regimes boliviarianos na Amércia Latina é resultado de um plano de grandes proporções implementado pelo Foro de São Paulo, considerado a mais poderosa organização política da América Latina. Criado nos anos 90
por Fidel Castro e Lula para "recuperar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu", com o apoio das Forças Armadas Revolucinárias da Colômbia (Farc) e coordenado conforme os interesses do comando revolucionário.
por Rogério Teixeira Martins
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